segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Certezas

Tenho certeza, meu amor, que você não estava preparado para ouvir as coisas que te disse.
Meu temor era que ao saber você viesse a se esconder.
Mesmo tendo dito (quase) todas as coisas que me vinham na alma, a vontade que tive era de agora fazer o caminho inverso. Por motivos diversos... Medos, com certeza. Insegurança, talvez. Proteção, sempre.Vontade, nenhuma.
A vontade, na verdade, era de abraçar, ficar perto, estar junto...
O peso de uma reação contrária, entretanto pode ser mais forte que qualquer vontade. Digo por que sei. Já foi assim certa vez. E esse, se tornou hoje o maior arrependimento de toda minha existência. A perda, a covardia...
Sou sim covarde. Minha covardia me protege, me resguarda, mas me machuca também. Me arranca coisas, me traz outras... Tristeza, por exemplo, e a incrível sensação do talvez...

Tenho certeza, meu amor, que você não estava preparado para ver as coisas que te mostrei. Nem para perceber a beleza que tem tudo isso. Muito menos para entender o privilégio que é estar no centro, nem a imensidão de sentimentos florescendo aqui.
Tenho algumas certezas, meu amor, e o resto vou levando, vou aprendendo, vou vivendo. Minha única incerteza é sobre o tempo em que isso irá ficar gritando dentro de mim, sem poder sair e te encontrar no mais lindo bosque de flores azuis.



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domingo, 15 de agosto de 2010

Retorno

Hoje eu tô sentindo necessidade de escrever, apesar de estar um pouco desmotivada de fazê-lo aqui no blog. Isso sempre acontece quando percebo que não vou dizer nada que faça algum sentido para alguém além de mim. Apesar de às vezes as pessoas não compreenderem o que escrevo, sou consciente de cada fato metaforicamente camuflado por mim.
Não escrevo nada em vão. Sempre jogo palavras soltas, não tão explícitas, mas que de alguma forma resumem o que realmente quero dizer. Engraçado... essa coisa do hermetismo me é característico desde a infância.

O que me acontece é essa mania de jogar minhas confusões interiores em qualquer lugar que possa ser escrito. Minha última façanha foi transcrever um desses meus monólogos durante uma prova. Ao invés de estar falando das crises políticas do Brasil na Ditadura Militar, eram minhas crises que tomavam forma e iam para o papel.
Enfim, acho que esses arroubos de consciência deveriam permanecer lá (na consciência) até que, numa hora oportuna pudessem aflorar, mas como minha máquina pensante é meio desregulada, tive que dar vazão primeiro ao meu eu-lírico e depois ao meu eu-intelecto que, no momento, estavam disassociados.

Uns três ou quatro posts depois, quando estiver pronta/o (o texto e eu), deixarei aqui registrado.